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Isis Borge, diretora da Talenses e colunista da revista Você S/A, traz dicas de avaliação de desempenho tanto para o Gestor de Pessoas como para o funcionário. Confira: 

 

Ao gestor

 

Seja justo na avaliação de desempenho – Tenha clareza de quais são os objetivos do cargo e quais foram os entregáveis do colaborador que está sendo avaliado. Seja racional na avaliação, excluindo do processo a subjetividade, na medida do possível. Com esse cuidado, será mais fácil manter a neutralidade, focando em dados e fatos reais.

 

Use a técnica do sanduíche – Ela consiste em iniciar a conversa apresentando alguns pontos positivos, na sequência falar sobre os pontos de melhoria e fechar a conversa com outro ponto positivo, seguido de um próximo passo que marque um acordo entre você e o liderado.

 

Apresente exemplos reais – Antes da avaliação, invista tempo em listar esses exemplos. Você pode, inclusive, pedir a opinião das áreas que interagem com esse colaborador para ter exemplos positivos e negativos. Em geral, as pessoas assimilam melhor as críticas quando elas estão baseadas em fatos reais. Se possível e fizer sentido, apresente o histórico de desenvolvimento e de avaliações passadas.

 

Estruture o seu discurso – Pense com calma nas palavras que serão usadas no momento de abordar os pontos negativos. A forma como uma informação é transmitida é tão importante quanto a mensagem em si, e influencia bastante no entendimento de quem recebe a crítica.

 

Não tenha medo de conversas difíceis – Lembre-se de que todas as pessoas querem ser desenvolvidas e faz parte dessa evolução saber o que precisa ser melhorado. As conversas difíceis são fundamentais nesse processo. Acredito que o pior líder que pode existir é aquele que sabe os pontos que a equipe precisa desenvolver, mas não fala com receio de dar uma má notícia ou de chatear alguém. Também é papel do líder ser o portador de notícias ruins. Só assim as pessoas terão a oportunidade de evoluir.

 

Ouça o liderado – Inclua na avaliação um momento para entender o momento pessoal do seu liderado. Uma preocupação genuína do gestor com as pessoas tende a fazer com que todo o time se abra e se una. O momento que estamos vivendo é inédito e delicado para todos. As pessoas podem não estar 100% bem e faz parte. Entender como o outro está e se colocar à disposição para ajudar fortalece a equipe.

 

Faça sugestões – As pessoas gostam de trabalhar para líderes que inspiram e desenvolvem. Então, apresente, na medida do possível, algo além da crítica. Pode ser uma sugestão de curso, conduta, palestra ou, até mesmo, de livro ou filme. Algo que possa agregar valor à vida do liderado naquele momento. É interessante, também, quando o gestor apresenta um plano de capacitação para cada colaborador da equipe.

 

Conheça o seu colaborador – Entenda qual é o plano de carreira e de vida das pessoas sob sua tutela. Faça a lição de casa de entender de que forma você ou a organização podem contribuir para que a pessoa alcance o objetivo desejado. Essa atitude proativa fará muita diferença na vida do seu colaborador e pode, inclusive, gerar a retenção do talento.

 

Esteja de corpo e mente na reunião de feedback – Seja ético e transparente na avaliação. Esse também é o momento do líder ouvir o liderado sem ser reativo. Pode parecer óbvio, mas esteja de fato lá, sem distrações ou celular. Doe esse tempo para a pessoa que está sendo avaliada. Uma avaliação de desempenho sempre traz aprendizados para os dois lados.

Ao liderado

 

Faça uma autoavaliação de desempenho– Liste tudo o que você acredita que fez de bom durante o ano e as coisas que poderia ter feito melhor. Isso vai te ajudar a absorver melhor tudo o que for dito pelo gestor ou, até mesmo, argumentar e expor o seu ponto de vista de uma forma mais madura e estruturada

 

Avalie a empresa – Pense no que te agrada e no que te desagrada na organização, na área, na equipe e no próprio líder. Você pode expor essas percepções, caso ache conveniente.

 

Revise seus objetivos de carreira – Aproveite o bate-papo para entender com o seu gestor sobre quais caminhos deve percorrer no próximo ano para atingir os seus objetivos. A ideia é que seja uma conversa leve, de orientação, sem tom de ultimato. Isso vai te ajudar a definir metas claras de desenvolvimento e pactuar esses próximos passos com o seu gestor.

 

Esteja ciente do momento da organização, do país e do mercado – Existe uma grande diferença entre querer algo e a possibilidade de o seu desejo se concretizar. Uma promoção, por exemplo, não depende apenas do seu desempenho e mérito. Ela pode ser fortemente influenciada também pelo momento da organização, da existência da vaga e da percepção do seu líder, entre outros fatores que impactem na saúde financeira da organização. Nada disso deve te impedir de expor os seus anseios. Você só precisa encontrar a forma mais adequada de apresentá-los.

 

Demonstre abertura para ouvir o feedback – Sempre encorajo as pessoas a irem atrás de feedbacks não só de gestores, mas de pares, áreas de interface e equipes parceiras. Isso é importante para a nossa evolução como pessoas e profissionais. Mas recomendo ouvir o que o outro tem a dizer com atenção, sem comportamentos reativos. Caso fique muito descontente com algo, sugiro levar a informação para casa, avaliar com sinceridade e, se achar necessário, marcar uma nova conversa com o líder para contra-argumentar. Evite fazer comentários exaltados no calor da emoção para não se arrepender depois.

 

Após a reunião, trace um plano de ação – Agora que você já sabe suas necessidades de melhoria, elabore um plano para que elas não voltem a ser apontadas. Estabeleça meios e prazos, e vá em busca dessa evolução. Faça isso por partes, respeitando os próprios limites, mas não fique parado. Essa atitude demonstra maturidade. Se achar necessário, peça ajuda ao seu gestor nesse processo de te trazer alertas quando for preciso. Lembre-se de que, para ter uma carreira de sucesso, as certificações e a experiência são tão importantes quanto o comportamento. Então, busque a melhoria completa de si mesmo.

 

Fonte: Revista Você S/A